sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Trolljegeren, aka, The Troll Hunter (2010)

Um grupo de estudantes de cinema vão investigar uma série de mortes misteriosas de ursos para fazer um documentário. Várias pessoas indicam um caçador que todos que é o culpado (Otto Jespersen), alguém que dorme de dia e passa todas as noites fora do parque de campismo. Os jovens tentam perguntar-lhe o que se passa, mas ele nada responde e diz-lhes para se irem embora. O caçador vive num roulote e é muito reservado. O jipe mostra marcas estranhas que não parecem ser de ursos.


Tudo isto estimula a curiosidade dos futuros cineastas e decidem segui-lo quando, de repente, se vai embora. Quando o caçador chega a um novo local, chegada a noite, parte novamente para destino incerto. O grupo segue-o até uma mata isolada e, pouco depois, perde-o de vista. Pouco tempo depois, vêem-no a correr e a gritar «TROLL». Os jovens não o percebem de imediato mas não demora muito tempo para que o grito comece a fazer sentido!




Felizmente, os trolls apesar de serem pró grandinho têm a sua kripnotite, a luz ultravioleta:

[spoilers] Trolljegeren pretende ser um documentário sobre uma teoria da conspiração do estado norueguês para encobrir a existência de populações de trolls, criaturas da lendas nórdicas que afinal têm uma origem factual. Segue um pequeno excerto de um site dedicado aos trolls que descreve um pouco desta mitologia:
In the mountains, of which there were many, lived the trolls. The chief of them all was Dovregubben [Mountain King]. Some of the trolls were extremely large, while others could be really small, and they were all very old. They were only to be seen at night, or at dusk, because such creatures of course did not tolerate the light of day. If they did not get into the mountains before the sun shone they cracked or turned to stone. The trolls were like people, but had only four fingers on each hand and four toes on each foot. Otherwise they all had long noses (troll wives often used their noses to stir the cooking pot when they made soup or porridge), they were shaggy and roughhaired, and every one of them had a tail which resembled a cow's rump.
Claro que o filme é mais direccionado para a Noruega (até os trolls da Suécia, ao que parece, são diferentes) mas o realizador preocupou-se em descrever, com suficiente detalhe, o ciclo de vida destes inesperados animais. Eu não sabia absolutamente nada de trolls excepto o que vi no Lord of the Rings, e não reparei que me faltasse ser norueguês para seguir o filme. Aliás, sendo Otto Jespersen, o caçador, um actor famoso na Noruega, e tendo o filme a participação de vários actores cómicos nacionais, faz com que se perca um pouco do realismo que pretende ser transmitido (teria sido melhor escolher actores anónimos para todos os papéis). Já os não noruegueses não têm este problema.

O filme não se decide entre considerar os trolls como animais sobrenaturais ou naturais. Por um lado, eles cheiram cristãos (!) e o caçador avisa o grupo que nenhum deles pode acreditar em deus e Jesus (efeitos talvez da alergia que ainda provoca a OPA que a Cristandade fez aos deuses nórdicos há uns 1000 anos atrás: certas coisas que não se esquecem...). E de facto, essa alergia cristã existe no filme o que seria um belo desafio para os métodos da ciência. Por outro lado, discute-se que o efeito da luz sobre os trolls é devido a efeitos da radiação sobre o organismo e que blá, blá blá. Claro que esta indecisão pode ser propositada, já que há pessoas (no filme, esse papel é representado pela veterinária) tentariam sempre racionalizar um aspecto mágico num mundo onde não é suposto existir magia (eu incluído).

O filme merece ser visto por quem gosta de Terror e de fake docs mas não é nada de extraordinário. No entanto é sempre bom expandir a galeria de monstros clássicos, porque há algum excesso de vampiros nos media e os lobisomens lamentavelmente são um pouco repetitivos. Seria refrescante ver uns filmes com Gárgulas ou com Golems, por exemplo. Enquanto esperamos deixo a sugestão para verem um clássico seminal do Terror: Der Golem de 1920.

Outra característica porreira do filme é passar-se na Noruega, um país lindíssimo que tive a feliz ideia de visitar graças ao interrail e que um dia hei-de lá voltar (Douglas Adams, o escritor de Hitchhiker's Guide to the Galaxy, refere nesse livro que o designer planetário responsável pelos Fjords ganhou um primeiro prémio pelo excelente trabalho :-)







Imdb: http://www.imdb.com/title/tt1740707/

Sem comentários:

Enviar um comentário